Tag: Abuso de autoridade

  • Os Exercícios Espirituais no IVE, uma forma de manipular as vocações

    Os Exercícios Espirituais no IVE, uma forma de manipular as vocações

    [Foto] No coração do Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará (SSVM), Yamile, ex irmã Clemens e suas irmãs de sangue, antes religiosas, enfrentaram um sistema marcado por manipulações e abusos. Das cinco irmãs religiosas, só uma permanece até hoje.

    A ex-irmã Clemens, em seu testemunho em vídeo, com muita coragem e bravura, dá a conhecer os vários problemas vivenciados no IVE/SSVM, problemas que, com o tempo, se tornaram um modo de viver a vida religiosa.

    Yamile apresenta sua história de como os padres do IVE manipularam sua vocação desde o início e a manipulação que fazem com as outras vocações por meio dos Exercícios Espirituais.

    O IVE se vangloria de ser descendente de Santo Inácio nos Exercícios Espirituais, mas faz o oposto do que o santo pede. Por exemplo, o momento da Eleição Estado, o utilizam para induzir à vocação, fazendo com que todos vejam nos “Prós e Contras” um chamado à vida religiosa do qual não se pode fugir.

    De acordo com Santo Inácio, uma Eleição de Estado só pode ser feita em tempos de calma, serenidade e sem inclinar a alma para qualquer estado.

    Yamile estava saindo de um relacionamento de abusos, abortos e manipulaçoes por parte de seu noivo. Seus diretores espirituais, o teólogo moral do IVE, Padre Fuentes, e até mesmo o fundador conheciam sua história, mas a aconselharam a se entregar à vida religiosa como uma forma de purgar seus pecados e oferecê-los a Deus. Para uma pessoa que nem sequer havia curado suas feridas passadas?

    As SSVM a recebeu no noviciado e lhe impôs o hábito, mesmo sabendo que ela dias antes havia pedido deixar o noviciado. Foi enviada para fazer os Exercícios Espirituais, dessa vez por um mês inteiro em silêncio, sem que nenhum pregador e seu diretor espiritual pudessem interpretar o que Santo Inácio realmente ensina? Que para fazer oos EE é necessario ter boa disposição!

    Ou será que os padres pregam os Exercícios com o ensinamento do falecido Buela, que os usou como uma forma de recrutar vocações, a fim de aumentar o número de membros e, assim, evitar o fechamento do Instituto?

    Conhecemos outros casos de irmãs que estando deprimidas tinham de fazer os Exercícios Inacianos todos os anos. É isso mesmo que Santo Inácio e a Igreja estão pedindo?

    Poucos meses depois de entrar, Yamile adquiriu o hábito; em menos de um ano, os votos simples e depois os votos perpétuos. assim como ela, outras mais. Será que ninguém percebia que ela não estava apta a escolher qualquer vocação sem antes curar as feridas do passado? Yamile contou várias vezes e a diferentes padres sobre sua situação abusiva, tentando buscar ajuda, e a resposta foi o chamado de Deus para a vida religiosa. Isso mostra a falta de discernimento dos padres do IVE e o fim que eles buscam ao pregar os exercícios inacianos: ter mais “vocações”. Conhecida é a frase que repetem, “se há vocações, há frutos”.

    Nas Servidoras, houve mulheres com divórcios recentes que tiveram o hábito imposto em poucos meses, jovens que entraram com 17 anos, outras que vieram do aspirantado, onde entraram com 11 anos e foram levadas a pensar que, se estão lá, é porque Deus as escolheu. Essas meninas menores de idade também fazem os Exercícios Inacianos e recebem as mesmas pregações.

    No caso de Yamile, apesar de todas as más experiências passadas, ela obedecia, servia fielmente à Igreja sendo uma boa irmã religiosa. Foi nomeada superiora da comunidade de Gaza, mas nunca deixou de comunicar aos superiores as consequências que estava sofrendo, até que seu corpo expressou a dor de sua alma ecomeçou a adoecer.

    Até que finalmente um grande médico com bom senso, um homem de fé, descobriu que ela estava “morrendo” em uma vocação que não era a sua.

    Irmãs religiosas, missionárias no Oriente Médio: a primeira à direita é Yamile.
    Dessa foto, 8 religiosas de votos perpétuos deixaram o Instituto, abandonando a vida religiosa.

    Esta semana 3 religiosas de votos perpetuos na Argentina deixaram a vida religiosa. Uma com mais de 30 anos de vida religiosa, superiora na casa provincial e em várias outras comunidades

    Em diferentes partes do mundo, muitas estão deixando a vida religiosa, esta é uma informação que não deve ser dita, somente se informa quantas entram ao noviciado em cada país. Algumas, simplesmente nunca tiveram vocação, outras sim, mas devido a pressão e uma vida religiosa manipulada decidiram ir-se.

    O problema do IVE é manipular as palavras de Santo Inácio para seu próprio benefício, vendo vocações onde não tem. Yamile, longe de qualquer rancor e com grande serenidade, nos envia a carta que enviou na época ao Secretário para a Vida Consagrada sobre seu caso, na esperança de que outras jovens não passem pela mesma coisa e não cedam à manipulação de consciência.

    Que o IVE um dia pare de abusar dos santos Exercícios Inacianos para atrair vocações e causar os danos que vem causando!

    O vídeo do depoimento de Yamile Peralta pode ser encontrado aqui.

  • “Solicito ao Dicastério para o Clero que investigue o padre José María Corbelle por abuso sexual contra mim e outras religiosas”.

    “Solicito ao Dicastério para o Clero que investigue o padre José María Corbelle por abuso sexual contra mim e outras religiosas”.

    Desde há um tempo, o Vaticano enviou religiosas como Visitadoras Apostólicas ao Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, devido as contínuas denúncias sobre muitas irregularidades que foram encubertas ao longo dos anos dentro dos muros do convento: abusos psicológicos, manipulações, abandono de pessoa e abuso sexual.

    São centenas as religiosas que abandonaram a vida religiosa nesta Ordem, a grande maioria com mais de 25/30 anos de vida consagrada. Hoje muitas destas irmãs estão dispostas a não mais permanecer caladas e a enfrentar com a verdade o que realmente se vive no ramo feminino da “Família” do Verbo Encarnado.

    Dos muitos testemunhos que chegaram à nossa redação, hoje compartilharemos o testemunho de 4 ex-servidoras, que com muita dor se dispõem a contar a dura realidade do que viveram no seu interior. Entraram como tantas outras com grandes desejos de santidade e de serviço, mas a realidade que viviam era bem diferente. Hoje é apresentado o testemunho de algumas delas, todas de votos perpétuos. Uma delas chegou a fazer parte do Conselho Geral de Roma, outras, também missionárias, decidiram não ficar mais caladas para que mais pessoas não fossem prejudicadas.

    Yamile Peralta (ex-irmã María Clemens)

    17 anos de vida religiosa, missionária no Oriente Médio, foi superiora das Servidoras na Faixa de Gaza. Ela nos conta sua história vocacional dentro das SSVM, a manipulação em sua vocação religiosa e as tristes consequências em sua vida. Era a mais velha das 5 irmãs religiosas, irmãs de sangue, que também ingressaram na mesma congregação e que, após muitos anos de vida religiosa, foram abandonando gradativamente o convento, apenas uma atualmente segue. Yamile nos explica as manipulações dos diretores espirituais e as consequências que ela teve que sofrer durante esses 17 anos dentro das Servidoras.

    Laura Campo (ex-Irmã María del Milagro)

    Laura, com mais de 30 anos de vida religiosa, teve que se afastar da Congregação, sofreu abusos sexuais por parte de um padre do IVE (reitor do seminário maior na época) ao ingressar no Instituto Sua história é comovente. Conta a manipulação que foi feita em seu caso para silenciar a verdade e como testemunhou o sofrimento de outras religiosas que também foram abusadas por esse padre. Laura tem uma vasta experiência na congregação desde que fez parte do governo geral e foi superiora de muitas comunidades. Hoje nos conta toda a verdade dentro dos muros das Servidoras e revela os responsáveis ​​pelo encobrimento dos abusos.

    Mónica Cobos (ex-Irmã María delle Piaghe di Gesu)

    Mónica entrou com 18 anos e saiu com 41 anos Sem estudos básicos, sem contribuições aportadas para uma futura aposentadoria, sem onde morar e doente. Uma enfermidade devida ao estresse sofrido dentro da congregação. No início as servidoras cuidavam de um orfanato com mais de 120 crianças (em San Rafael, Argentina), atendidos por 10 religiosas, onde Piaghe era a vigária (segunda encarregada depois da superiora), dedicou toda a sua saúde em diversos trabalhos, conta também as diversas situações pelas quais passou, dos problemas que enfrentava, tanto ela como no mesmo apostolado; as inúmeras vezes que comunicou à superiora todas essas situações, mas que nunca houveram mudanças. Hoje, as superioras negam qualquer tipo de ajuda, assim como negam também à maioria das que vão embora. Mónica abre o coração e expressa tudo o que fizeram ela viver durante mais de 20 anos.

    Kelly Sue Fitzharris (ex-Irmã Maria Lumen)

    Kelly, uma americana que entrou para as SSVM nos Estados Unidos e logo foi nomeada superiora em uma comunidade no Harlem, Nova York. A superiora provincial designou para sua comunidade uma irmã religiosa de votos perpétuos que estava doente psiquiatricamente e a proibiu de contar às outras irmãs seu estado de saúde; isso desencadeou uma situação de desordem e mal-entendidos dentro da comunidade.

    A ex-superiora M. Lumen acabou, entao, sofrendo um colapso em seu sistema nervoso e decidiu sair. Uma história dura de uma vida religiosa acelerada, superficial e levada ao estresse.

  • Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 3 – Apêndice 2 – Direito interno

    Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 3 – Apêndice 2 – Direito interno

    Para ver a parte 1 (Carta do Cardeal) e a parte 2 (Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE)

    Sem entrar nas distinções entre abuso de consciência, abuso de poder e abuso espiritual, visto da perspectiva do perpetrador, o abuso espiritual é uma clara distorção de seu papel apropriado, que é a salvação das pessoas por meio de seu cuidado. Apropriar-se indevidamente da autoridade divina para usá-la para fins ilegítimos é uma forma de personificação. O caráter absoluto da autoridade suplantada, a divina, torna isso uma forma particularmente grave de violação do cargo concedido. Este não é o lugar para desenvolver uma teologia da mediação, mas está claro que usurpar o lugar de Deus é uma clara transgressão dos limites de qualquer mediação humana da autoridade divina.

    O abuso espiritual pode ser definido como “uma forma de abuso emocional e psicológico. Caracteriza-se por um padrão sistemático de comportamento coercitivo e controlador em um contexto religioso. O abuso espiritual pode ter um impacto profundamente prejudicial nas pessoas que o sofrem. Esse abuso pode incluir: manipulação e exploração, responsabilização forçada, censura da tomada de decisões, exigências de sigilo e silêncio, coerção para se conformar, controle por meio do uso de textos ou ensinamentos sagrados, exigências de obediência ao abusador, a suposição de que o abusador tem uma posição ‘divina’, isolamento como forma de punição, superioridade e elitismo”.

    Além do que foi indicado em relação aos religiosos e às religiosas, dado que continuam a chegar reclamações a esse respeito, especialmente por parte dos formandos, é necessário lembrar mais uma vez a todos os religiosos, especialmente aos Superiores, algumas das normas que se referem à jurisdição interna e à obrigação de não confundir jurisdição interna e externa:

    1. Pode. 630 §1: Os superiores concederão aos membros a devida liberdade de direção espiritual, sem prejuízo da disciplina do Instituto. A liberdade dos religiosos em termos de direção espiritual e confissão é fundamental. Os superiores não podem impedir, mas devem reconhecer e proteger positivamente esse direito dos religiosos. No que diz respeito a essa liberdade, o único limite, a fim de organizar as coisas de maneira ordenada e evitar possíveis abusos, é a disciplina do Instituto. Não se pode impor a ninguém um confessor ou diretor espiritual específico.
    2. Pode. 630 §3: Em mosteiros de freiras, casas de formação e comunidades leigas maiores, deve haver confessores ordinários aprovados pelo Ordinário local, depois de uma troca de opiniões com a comunidade, mas sem impor a obrigação de ir até eles. A obrigação do Superior é que os confessores estejam disponíveis, mas eles não podem forçar os religiosos a se dirigirem a eles. Além disso, como o Instituto do Verbo Encarnado é um Instituto religioso clerical de direito diocesano, a nomeação de confessores para as casas de formação (seminário menor, noviciado, seminário maior…), mesmo que o confessor seja membro do IVE, é responsabilidade do Ordinário local, não do Superior maior do Instituto (cf. cân. 968 §2 e 969 §2).
    3. Pode. 630 §4. Os superiores não devem ouvir as confissões de seus súditos, a menos que estes o solicitem espontaneamente. Não é coincidência que, ao se referir à mediação da autoridade do superior religioso, a expressão “vices gerentes Dei”, isto é, governar no lugar de Deus (cf. can. 601) 2. Deve-se notar, entretanto, que essa expressão se limita à esfera da obediência religiosa, que não é, no sentido próprio, uma obediência da consciência, mas apenas da vontade. Isso quer dizer que se deve obedecer, dentro de um escopo restrito, às disposições dos regulamentos do instituto religioso, não porque em consciência se considere que esse seja o melhor curso de ação, mas porque o superior é o intérprete autêntico desses regulamentos. A extensão do conceito de obediência religiosa para além da esfera daqueles obrigados por voto a obedecer é certamente ilegítima, o que não quer dizer que a ignorância dos fiéis nesse assunto não seja explorada para ultrapassar os limites da autoridade. Entretanto, como envolve uma forma inadequada de exercício de autoridade, isso seria um abuso de poder.
    4. Pode. 630 §5. Os membros devem se dirigir com confiança aos seus Superiores, a quem podem abrir o coração livre e espontaneamente. No entanto, os superiores estão proibidos de induzir os membros de qualquer forma a manifestar sua consciência a eles. O abuso de consciência é inerentemente interno, ou seja, fora de uma relação de autoridade formal entre a vítima e o agressor. A Igreja tem plena consciência desse perigo, e é por isso que estabelece a chamada distinção dos poderes, ou seja, impede o exercício simultâneo do poder de governo e do poder sacramental ou espiritual sobre a mesma pessoa. Certamente é possível, vale lembrar mais uma vez, usar a autoridade para obrigar a ação contra a consciência ou para coagi-la, mas, nesse caso, trata-se principalmente de uma forma de abuso de poder, uma vez que a autoridade está agindo além de seus poderes. Por definição, a autoridade não pode ser exercida no âmbito da consciência, mas apenas externamente. Em outras palavras, é característico do abuso de consciência ocorrer em um relacionamento de cuidado e assimétrico, em que uma pessoa voluntariamente abre sua consciência para outra a fim de receber ajuda, e não em um relacionamento de autoridade. Por essa razão, a Igreja estipula no Código de Direito Canônico que, em comunidades religiosas ou similares, os superiores não devem, de forma alguma, induzir seus súditos a se confessarem a eles ou a manifestarem sua consciência a eles fora da confissão. O abuso espiritual e o abuso de consciência comprometem a confiança, que é um pressuposto do relacionamento de autoridade em um contexto religioso ou de um relacionamento de cuidado.
    5. Pode. 239 §2. Em todo seminário deve haver pelo menos um diretor espiritual, mas os alunos podem recorrer a outros sacerdotes que tenham sido nomeados pelo bispo para essa função.
    6. Pode. 240 §1. Além dos confessores comuns, outros confessores frequentam regularmente o seminário; e, sujeitos à disciplina do estabelecimento, os alunos também podem sempre se dirigir a qualquer confessor, seja no seminário ou fora dele.
    7. Can 240 §2: Nunca em A opinião do diretor espiritual ou dos confessores nunca pode ser confessores quando for necessário tomar uma decisão sobre a admissão de estudantes às ordens ou sobre sua saída do seminário. Isso é óbvio não só a partir de uma norma jurídica, mas também de uma norma sacramental-ética: na admissão às Ordens Sagradas, também por analogia na admissão à profissão religiosa, bem como na possível demissão do seminário (ou do Instituto), é absolutamente proibido pedir a opinião dos confessores e diretores espirituais a esse respeito.
    8. Pode. 1378 §1. Quem, além dos casos já previstos em lei, abusar do poder eclesiástico, cargo ou ofício, deve ser punido de acordo com a gravidade do ato ou omissão, sem excluir a privação do cargo ou ofício, permanecendo firme a obrigação de reparar o dano. É verdade que não há tipificação de abuso de consciência no direito canônico, mas muitas vezes se recorre a ele. 1378 para sancioná-lo.
    9. Pode. 1378 §2. Quem, por negligência culposa, praticar ou omitir ilegitimamente um ato de autoridade eclesiástica, de ofício ou de ofício, com prejuízo ou escândalo de outrem, deve ser punido com prisão.r punido com uma pena justa de acordo com o c. 1336, §§ 2-4, mantendo-se firme a obrigação de reparar o dano.4.

    Catecismo da Igreja Católica, n. 2690: “O Espírito Santo concede a alguns fiéis os dons da sabedoria, da Je e de discernimento direcionado para esse bem comum que é a oração {direção espiritual). Aqueles que foram agraciados com tais dons são verdadeiros servos da tradição viva da oração: Portanto, a alma que deseja avançar na perfeição, de acordo com o conselho de São João da Cruz, deve “olhar para cujo porque, seja qual for o professor, tal será o discípulo, e que o pai, tão em filho”. E acrescenta que o diretor: “além de ser sábio e discreto, deve ser experiente. […] Se não existe experiência do que é o espírito puro e verdadeiro, ele não será capaz de direcionar o em alma nele, quando Deus Jo é dado, nem mesmo Jo entenderá” (Flame of living love [Chama do amor vivo]), segunda redação, estrofe 3, declaração, 30). O abuso de consciência também é grave, pois entrar nesse tabernáculo5 exige uma prudência especial. Portanto, a Igreja ensina que esse serviço requer competências específicas que devem ser especialmente reconhecidas. Por essa razão, a cura animarum, por meio do ofício de pároco ou de acompanhante espiritual, constitui um ofício que deve ser reconhecido pela autoridade eclesiástica (cân. 239 §2; 521 e 630). O abuso de consciência por parte dessas pessoas batizadas – especialmente constituídas para essas relações de cuidado – afeta a credibilidade das mediações eclesiais, além de prejudicar a integridade psicológica – às vezes física – das vítimas.

  • Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 1 – Carta ao IVE.

    Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 1 – Carta ao IVE.

    Para ver a Parte 2 (Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE) e a Parte 3 (Anexo 2 – Foro Interno)

    Roma, 18 de dezembro de 2023.

    Prot. IVE 426/2023

    Chegou o “sim” das promessas, a aliança foi poderosamente cumprida, a Palavra eterna dos céus uniu-se à nossa debilidade. Mistério que só a fé alcança, Maria é o novo templo de glória, orvalho da manhã, nuvem passageira, nova luz em presença misteriosa.

    (Hino da Liturgia das Horas)

    A celebração do Advento nos dá a oportunidade de nos concentrarmos na preparação para o maravilhoso mistério da Encarnação, ou seja, que Deus se faça homem, nascendo em nosso mundo e em nossa história na pessoa de Jesus de Nazaré, para que possamos participar de sua vida divina.

    Nas circunstâncias atuais, não podemos deixar de lembrar da terra e da cidade em que Jesus nasceu e viveu e que, neste momento da história, estão passando por sofrimentos e destruições intoleráveis por causa da guerra. No entanto, essa é a terra e o povo que Deus escolheu para que Jesus nascesse e vivesse sua vida humana como o “Príncipe da Paz”; Também não podemos esquecer as guerras em andamento e outros conflitos violentos que causam sofrimento e destruição incalculáveis a pessoas, propriedades e natureza em outras partes do mundo, como Ucrânia, Iêmen, Síria, Líbia, Afeganistão, Sudão, Haiti… para citar apenas alguns. Como o Papa Francisco nos lembra com frequência, estamos vivendo uma guerra mundial em pedaços.

    Que o “Vem, Senhor Jesus”, que nos acompanha durante todo o Advento, seja nossa simples oração de fé durante essa época santa e alegre, ao prepararmos nossa vida e nosso coração para receber nosso Salvador, Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. No Angelus da recente celebração de Cristo Rei, o Papa Francisco disse que “...a oração é a força da paz que quebra a espiral do ódio, rompe o ciclo da vingança e abre caminhos inesperados de reconciliação”.

    Juntamente com meu Conselho, unimo-nos a todos vocês nesta confiante oração e súplica: Venha, Senhor Jesus! Oração que se aproxima de todos os religiosos do Instituto do Verbo Encarnado que, na Ucrânia, na Terra Santa e em outros lugares, estão experimentando o horror da guerra e outras calamidades.

    Que cada um de nós examine também o próprio coração e ore: “Venha, Senhor Jesus, molde meu coração, para que ele seja um sinal e um instrumento de sua paz”.

    Desejamos a todos vocês um Feliz Natal e um Feliz e Santo Ano Novo de 2024.

    Cardeal Santos Abril y Castelló

    Comissário Pontifício para o IVE