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  • Fuga de Servidoras

    Fuga de Servidoras

    Como sabemos, muitas servidoras tiveram que abandonar às SSVM e ingressar em outras congregações para dar continuidade a sua vida consagrada ou fundaram outra com ideais mais saudaveis, por nao ter conseguido viver em um Instituto que nao correspondia ao que pregavam nas suas Constituições.

    Há alguns dias atrás foi publicada a notícia da chegada de um novo Instituto de vida religiosa na diocese de San Rafael, um Instituto jovem, aberto, que se dedica ao apostolado paroquial, e ainda que não intencionalmente, dará outro ar religioso à diocese.

    Este Instituto de origem colombiano, se chama “Filhas da Sagrada Familia”, e tem entre suas vocações irmãs que pertenceram às Servidoras,

    como a ex superiora Madre Nazareno (religiosa da direit ana foto). Outras pertecem a Paroquia del Valle en San Rafael e missionarao toda a zona do Cerrito,

    como comenta o pároco no video.

    Agradecida a Deus por ter deixado as SSVM, assim como outras que emigraram procurando uma maneira de seguir sua consagração religiosa longe do fanatismo e da superficialidade que reinam nas Servidoras.

    Também temos o caso da ex Madre Strasnaia Avila, que depois de muitos anos como superiora no mosteiro de San Rafael, decidiu ir-se à uma Orden mais séria e aprovada pela Igreja, como a do mosteiro da Visitação em Buenos Aires, onde teve de recomeçar como noviça depois de mais de 25 anos nas Servidoras. O que ela fez de bom grado deixando para trás o que ela achava que poderia ser uma congregação religiosa séria, mas que nunca foi.

    O mesmo aconteceu com as filhas da Dra. Chinda Brandolino, ambas com um grande espírito missionário que, juntamente com a filha do ilustre Dr. Octavio Sequeiros, la hermana Sagesse, -que compartilha o mesmo nível intelectual do pai-, continuam a levar sua vida religiosa com apostolados paroquiais em lugares que lhes permitem viver sua vida consagrada e sobreviver à desilusão das SSVM da melhor maneira possível.

    Esquerda: Irmã Aflicta Palma e Irmã Sagesse Sequeiros

    – Irmã sol e Resurrección del Castillo

    Sem ir mais longe, a própria família Curutchet, grande seguidora de Buela e praticamente fundadora da Terceira Ordem do IVE em San Rafael. Uma de suas filhas (Ir. Apóstoles), que chegou a ser superiora do Noviciado Internacional das SSVM, depois de ficar psicologicamente doente no Instituto, decidiu ir a viver sua vida consagrada no Paraguai.

    Obviamente, o fanatismo da familia Curutchet é tal que preferem não falar sobre isso, já que há vários irmãos religiosos dentro do instituto.

    Centenas de outras irmãs tentaram salvar sua vocação em outras Ordens religiosas. Algumas delas, por causa da idade, da saúde ou de problemas familiares, tiveram que optar por se tornarem leigas consagradas; outras, porque o dano psicológico causado a elas foi tão grande que tomaram a decisão de curar, antes de tudo, o dano e poder assim recuperar sua vocação. Outras, atualmente solicitaram a permissão para sair, devido à situação que enfrenta o Instituto.

    Finalmente, cada uma, depois de 20 ou 30 anos na SSVM, tenta sobreviver à catástrofe de ter sido enganadas em sua fé da melhor maneira possível.

    Que São José, santo padroeiro das virgens, proteja suas filhas e as livre de toda manipulação psicológica que terminam por prejudicar sua vocação.

  • Uma chamada às testemunhas: práticas financeiras do IVE/SSVM

    Uma chamada às testemunhas: práticas financeiras do IVE/SSVM

    Caros leitores e seguidores,

    Como parte de nosso compromisso contínuo com a transparência e a verdade, estamos conduzindo uma investigação minuciosa sobre as práticas financeiras do Instituto do Verbo Encarnado e das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará. Como muitos de vocês sabem, temos documentado comportamentos sectários e supostos abusos em ambos Institutos.

    Nesta ocasião, estamos convocando testemunhas que tenham informações relevantes sobre o uso indevido de fundos em ambos Institutos. Caso tenha testemunhado irregularidades financeiras, falta de transparência no manuseio de doações ou qualquer outra conduta que considere questionável em relação às finanças desses Institutos, pedimos que compartilhe seu testemunho conosco.

    Seu testemunho pode ser crucial para esclarecer essas práticas e ajudar aqueles que podem terem sido afetados por elas. Sua identidade permanecerá confidencial, caso prefira. Nosso objetivo é garantir que a justiça seja feita e que os direitos dos doadores e dos membros da comunidade sejam protegidos.

    Se você tiver alguma informação relevante ou souber de alguém que as tenha, entre em contato conosco pelo e-mail admin arroba verbo-encarnado-ssvm-abusos ponto info ou pelo formulário de contato abaixo. Digite um nome e um endereço de e-mail fícticio se quiser fazer uma denúncia anônima. Sua contribuição pode fazer a diferença em nossa busca pela verdade e pela justiça.

    Obrigado por sua coragem e apoio contínuo.

    Atenciosamente, os administradores

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  • O abandono humano em sua máxima expressão

    O abandono humano em sua máxima expressão

    Recentemente, foi publicado no YouTube um vídeo de quatro ex-religiosas contando suas experiências nas “Servidoras del Señor y la Virgen de Matará”, um vídeo que em uma semana alcançou 5.000 visualizações.

    Cada uma, em sua simplicidade, expressou suas experiências de abuso, manipulação, abandono e o que as levou a deixar o Instituto e a não mais permitir que a Congregação manipulasse suas vidas.

    Entre as muitas mensagens de apoio, muitos expressaram que se identificaram com o testemunho de abandono de Mônica após anos de vida religiosa. Mas qual foram essas experiências?

    Para aqueles que a conheceram, se lembrarão de que Mônica entrou com 17 anos de idade, uma jovem ativa e transparente com um forte desejo de santidade. Uma jovem dócil com seu diretor espiritual, com suas superioras e amante de seu instituto. Talvez dócil demais!

    Mônica foi como muitas vocações que entraram, jovens, fortes, com um grande desejo de santidade, de fazer o bem, etc., mas esse não é o problema, o problema é como o Instituto se aproveita disso, abusando de suas consciências, manipulando-as e, depois de anos, abandonando-as.

    Conocida era a ânsia de Buela no início em fundar rapidamente em muitos países, de enviar seus jovens missionários a lugares distantes, com idiomas difíceis, sem apenas experiência; o importante era crescer em número, o que impediria a Igreja de fechá-los, mas Buela nunca teve a iniciativa de sair em missão.

    Desses primeiros missionários, alguns ainda permanecem, mas a taxa de desistência no IVE é alta. Alguns se tornaram diocesanos, outros ficaram doentes, outros perderam a fé ou simplesmente tiveram que sair por causa de algum escândalo ou por algum problema com mulheres.

    O IVE prefere ter alguns como amigos, ter seus filhos nos bacharelados de San Rafael e na Terceira Ordem, desde que isso não represente uma despesa para eles ou simplesmente mostrar que são caridosos, ou talvez, para evitar que se saiba o que realmente aconteceu, pois no caso daqueles que optaram por não permanecer como “amigos”, ou denunciar os abusos de autoridade, chegando a casos de crimes, a esses os superiores proíbem qualquer contato; mesmo que tenham sido bons religiosos ouque ainda continuam sendo. Fazem comentários prejudiciais à sua pessoa, chamando-os de loucos e dizendo: “são um perigo”! O perigo é se eles disserem a verdade!

    Não são “loucos”, simplesmente saíram porque começaram a PENSAR, percebendo as ações dos superiores, as manipulações e que foram enganados na sua boa FÉ.

    Assim aconteceu com Mônica. Foi enviada à um lar com mais de 140 crianças com vários problemas familiares e judiciais. Aos 20 anos já era a vigária da comunidade (a segunda em autoridade), mas estava praticamente sozinha no comando, pois sua superiora era a tesoureira provincial e viajava muito. Mônica atendia não só as crianças com seus problemas, mas também às religiosas, sem ter respostas efetivas de sua superiora.

    Um lar com poucas freiras, algumas delas doentes, sem treinamento profissional para lidar com crianças em situações, muitas vezes, complexas, com a ajuda de poucos voluntários, alimentação insuficiente e pouco tempo para descanso.

    As SSVM brincam com a caridade, não formam a seus membros o suficiente e os sobrecarregam com funções que excedem suas capacidades humanas; as enviam com uma única frase: “são mães de almas” e com isso pensam que não podem falhar.

    são indiferentes ao sofrimento humano das religiosas. Repetem constantemente a famosa frase das Constituições: “que venderiam um cálice para o bem da saúde das irmãs”, dizem, mas não o aplicam.

    O que fazem é substituir por outras mais jovens e mais dóceis.

    Mônica foi durante mais 20 años religiosa e nunca deixou de comunicar os problemas que estavam ocorrendo, tanto nas comunidades onde vivia quanto em sua situação pessoal. A única ajuda que recebeu das superioras era mudá-la de comunidade, exigindo-lhe o mesmo esforço até que sua saúde física e psicológica entrou em colapso.

    Sua superiora provincial chegou a lhe dizer que poderia ajudá-la mais fora do que dentro (uma forma sutil de “jogar fora” uma pessoa que não é mais útil), a mesma superiora sabia que seria uma ajuda por dois meses, no máximo, e depois deixaria de atendê-la.

    Centenas de religiosas estao representadas em Mônica que adoeceram depois de muitos anos e isso continua a acontecer.

    Outra questão é a da Previdência Social (que será tratada mais adiante), somente aquelas que trabalham como professoras e se a lei do país obriga, caso contrário, nenhuma tem contribuições para a aposentadoria e, se no futuro vierem a precisar por causa de alguma doença, passarão pelo que as jovens estão passando hoje, terão de deixar a vida religiosa, pois a Congregação não tem os meios econômicos – ou não quer usá-los – para a saúde das irmãs.

    Mônica saiu sem ter concluído seus estudos secundários, pois foi recebida no noviciado sem tê-los concluído, ao contrário do que exige o Direito Canônico.

    E essa é a situação de muitas que, que ademais não contam tampouco com os pais vivos para ajudá-las, mas isso é algo que não preocupa às SSVM.

    Os editores deste blog consultaram outras Congregações, como os Franciscanos, os Redentoristas, os Oblatos etc., e perguntaram como lidam com os que saem. Todos responderam que os religiosos têm suas respetivas contribuições feitas e quando saem do Instituto, tentam ajudá-los a se inserir no mundo, seja com emprego, moradia etc. Embora não sejam obrigados pela lei canônica, são recomendados por caridade àqueles que deram parte de suas vidas à Congregação.

    No entanto, o IVE e as SSVM, com seus ex-membros, na melhor das hipóteses, enviam-lhes um envelope com alguma quantia, dois trapos como roupas e se souberem de alguma queixa, são tachados de ingratos.

    Talvez por essa e muitas outras razões, continuam sendo um Instituto de direito diocesano e nunca receberão a aprovação pontifícia, pois a intenção dos superiores é alimentar esse sistema fundamentalista criado por Buela. Mônica teve a coragem de se manifestar e denunciar os danos morais e psicológicos causados por eles, que, no caso dela, foram terríveis.

    Não sabemos como a consciência desses superiores lhes permitem continuar, causando mais danos a outras pessoas. Eles sabem que os membros saem num estdo de vulnerabilidade e indefesos, que não serão capazes de processar rapidamente o que aconteceu, levantar-se e contar a história.

    Quando a Santa Sé fará algo para impedi-los?

    Que haja justiça!

  • Finalmente a irmã Guadalupe anuncia sua saída definitiva das SSVM

    Finalmente a irmã Guadalupe anuncia sua saída definitiva das SSVM

    Em suas redes oficiais, a irmã Guadalupe (nome de leiga Ximena Rodrigo) anunciou em um comunicado que o Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará não renovou seu pedido de exclaustração por mais três anos, como fez ao fundar sua nova comunidade.

    Diante dessa situação, ela teve que tomar uma decisão: voltar para as Servidoras ou pedir a revogação de seus votos, o que significaria sua saída definitiva da Congregação.

    Optou, por tanto, abandonar as Servidoras. Assinou seu pedido de saída no dia 10 de fevereiro de 2024 para continuar com seu projeto religioso: “Os Nazarenos”. Ahora seu estado canônico dependerá da permissão do bispo ou do patriarca – devido ao seu relacionamento com o Patriarcado Sírio – para usar um hábito. Seus votos foram suspensos o que significa que agora seu estado é totalmente laical, embora, provavelmente mantenha seus votos de modo privado, e de repente

    utilize um hábito de sua própria criação.

    Mas quem é a irmã Guadalupe?

    A irmã Guadalupe tinha mais de 30 anos de vida religiosa nas Servidoras e grande parte da sua vida missionária foi vivida no Oriente Médio. Foi superiora provincial das SSVM para as missões do Oriente Médio durante 12 anos, juntamente com o Pe. Luis Montes IVE, também superior provincial. Juntos orientaram os religiosos e os superiores das comunidades do Oriente Médio.

    Infelizmente, nesses 12 anos em que a irmã Guadalupe foi superiora provincial não deixou boas lembranças nas religiosas que estiveram sob sua responsabilidade. Apesar de seu temperamento jovial e da sua boa oratória, durante seu período mais de 15 irmãs deixaram a vida religiosa. Muitas delas relataram que haviam contado a então Superiora Geral, Madre Maria Anima Christi, o que ocorria, como por exemplo:

    1) O comportamento questionável e a relação escandalosa com o padre Luis Montes, IVE.

    2) As doações recebidas de todo o mundo para os lares que tinham a cargo. e os desvios para gastos frívolos. Uma prática que será detalhada mais adiante.

    3) Sua conduta, marcada por frequentes viagens com esse padre que revelou uma notável negligência com as religiosas e as comunidades sob sua responsabilidade.

    Inúmeros testemunhos de religiosas que viveram na mesma missão levantaram sua voz à Roma, descrevendo como essa superiora fazia longas viagens na companhia do padre ou alugava apartamento com o pretexto de preparar reuniões de Capítulo, desaparecendo juntos. Contavam como esse padre exercia domínio dentro das comunidades, participando nas convivências com as religiosas e incentivando-as a beber álcool, fumar e até mesmo a se vestir de forma inadequada nas praias para passarem despercebidas, “dada a tensão da guerra”, dizia.

    Algumas freiras chegaram a flagrá-los juntos, testemunhando demonstrações de afeto entre eles, o que escandalizou a mais de uma. Isso causou tristeza entre as irmãs, que esperavam que Roma tomasse providências, mas foram orientadas a esperar pela próxima visita da madre geral à província.

    Em várias ocasiões também presenciaram como Guadalupe acostumava a fazer runiões e direção espiritual com o padre em seu quarto. Diante das crescentes queixas foi decidido que Guadalupe levasse uma noviça árabe como companheira, que, embora não entendesse bem o espanhol, percebeu os gestos de proximidade, as carícias e o fato de estarem sozinhos no quarto, um comportamento impróprio para os superiores.

    Em meio ao conflito e à crise no Oriente Médio, essa província das SSVM se destacou por receber ajudas financeiras consideráveis dos Estados Unidos, da Itália etc. As irmãs de outras comunidades foram instadas a doar parte de seus salários ou a praticar austeridade para ajudar essas missões consideradas mais necessitadas. Entretanto, apesar da taxa de câmbio favorável do dólar e da conclusão de algumas construções, houve pouca melhora na construção dos lares e na alimentação das famílias e das crianças.

    Não obstante, se gastava com aluguel de casas luxuosas para as férias das irmãs nas praias de A Dahab e Sharm El Sheik, com compras de uísques caros, cigarros e roupas especiais para não chamar a atenção, para evitar chocar as pessoas.

    Esse modo de vida estava se tornando cada vez mais visível, a própria Guadalupe contou durante suas visitas à Argentina quando explicava sobre sus missão.

    Destacava que nas comunidades do Oriente Médio havia uma vida religiosa mais fraterna, sem as diferenças comúns presentes em outras Congregações.

    por tanto, compartilhavam quase todas as atividades juntos, com o fim de elevar o ânimo entre os religiosos, dada a tensão da guerra. No entanto, pouco a pouco essa situação foi saindo do controle e a partir daí começaram a surgir as queixas por parte das religiosas

    A quantidade de gastos também começou a levantar suspeitas no mundo árabe com respeito as doações, um artigo foi publicado questionando a origem desses fundos.

    Por otro lado, muitas religiosas daquela época adoeceram de depressão e sentimentos de profunda solidão, quando ousaram falar sobre o que viram, mas foram ignoradas e até levadas a acreditar que estavam enlouquecendo ou sofrendo de estresse devido à situação de conflito.

    Mas finalmente, devido a inúmeras reclamações, a irmã Guadalupe foi removida de seu cargo de superiora provincial e enviada para a Síria, para uma pequena comunidade com apenas três religiosas. A partir de então, sofrendo com a situação na Síria, sua figura tornou-se notavelmente pública, atraindo a atenção da mídia internacional. Começou a viajar pelo mundo dando palestras sobre a guerra e sobre os mártires, acompanhada na maioria das vezes pelo seu mentor, o padre Luis Montes.

    De Hong Kong à América do Sul, viajavam pelo mundo dando palestras sobre a guerra e seus impactos. Sua crescente notoriedade não apenas atraiu doações, mas também despertou vocações.

    As SSVM no incio apoiava, apesar das críticas, e até um certo ponto,o seu trabalho de evangelização, fazendo “a vista gorda”, repetindo aquilo que dizem “se há frutos, são de Deus”.

    Ambos Institutos reconheceram que os frutos desse trabalho, como as doações e o reconhecimento das SSVM pela mídia, era uma prova da vontade de Deus e, portanto, era algo que deveria ser incentivado.

    Porém, tudo isso chegou a um ponto em que as mesmas superioras já não sabiam como controlar esses “frutos”, o que marcou uma mudança radical.

    O que as SSVM e o IVE fizeram diante dessa situação?

    Embora as SSVM tenham inicialmente incentivado e apoiado as muitas viagens e palestras da Irmã Guadalupe, começaram a ver como estava gradualmente trilhando seu caminho por conta própria e tornava-se cada vez mais difícil encontrar uma irmã disponível para acompanhá-la nas longas viagens, e com o número de freiras professas que estavam deixando as SSVM, isso se tornou um problema.

    Até que uma superiora tentou controlar suas viagens e ajustar seu comportamento, foi então que Guadalupe entrou em contato diretamente com a Superiora Geral e apresentou suas queixas e a decisão de fundar um Movimento religioso, logo depois solicitou uma exclaustração temporária de três anos.

    Enquanto isso, o IVE reagiu como de costume. Por meio de algumas figuras proeminentes para as SSVM, como os padres Gabriel Zapata, Fernando Vicchy e Pablo Rossi, que antes a elogiavam como exemplo, passaram a desqualificá-la.

    Esse comportamento é comum no Instituto, usando as informações da direção espiritual como um meio de enfraquecer os membros e julgar aqueles que pensam de forma diferente ou tentam sair do Instituto.

    Embora nem todos os sacerdotes ajam dessa forma, vários se aproveitam de tais situações com aqueles que não compartilham mais as mesmas ideias, sem ousar confrontá-los de frente ou contar toda a história, seguindo assim o exemplo do fundador. Sentem a necessidade de desacreditar aqueles que tentam deixar o instituto, mas, nesse caso, por se tratar de uma figura pública, tiveram que ser cuidadosos e garantir que tudo estivesse em ordem e que todos estivessem de acordo com a decisão de Guadalupe.

    Por exemplo, o mesmo Padre Gabriel Zapata, comentava às suas dirigidas que a Irmã que Guadalupe tinha problemas afetivos, insinuando que não era confiável e que estava se afastando do carisma,

    sem embargo, ele mesmo chegou a cumprimentá-la em público convidando-a a impartir palestras também aos seminaristas. Esse comportamento dos superiores causava confusão, pois internamente semeava desconfianças, mas externamente não confrontava a pessoa diretamente.

    Guadalupe e seu novo hábito

    A irmã Guadalupe optou por viver de forma independente, tornando-se sua própria superiora e organizando uma nova comunidade. Solicitou uma exclaustração por três anos para explorar essa nova experiência com os leigos. Isso a liberou da supervisão das SSVM, embora ela continuasse a se apresentar como freira da Congregação devido à sua exclaustração.

    Decidiu adotar também um novo hábito, seguindo o conselho inicial do fundador, o falecido Padre Carlos Miguel Buela, de que o hábito deveria ser vermelho em homenagem aos mártires. Guadalupe decidiu usar o mesmo modelo de hábito, mudando o escapulário e o véu para vermelho. seus seguidores leigos adotaram um manto vermelho, simbolizando a presença dos mártires em sua comunidade.

    Nessa nova aventura, ela foi acompanhado pelo padre Luis Montes, IVE, que se tornou o conselheiro espiritual da comunidade “Os Nazarenos”. Juntos, viajaram por diversos países do mundo dando palestras sobre o Oriente Médio.

    E em vista dessa situação, a Superiora Geral enviou um e-mail a todas as superioras para esclarecer que a iniciativa “Os Nazarenos” da irmã Guadalupe não era uma obra apoiada pela Congregação, que oraram por ela, mas seu projeto não estava relacionado ao Instituto, encerrando assim qualquer dúvida a respeito. Embora Guadalupe afirmasse que as SSVM a incentivava nesse novo caminho, a realidade interna era diferente, e suas ações foram vistas como uma traição ao Instituto.

    Agora finalizado seus três anos como freira exclaustrada, solicitou outra licença por mais três anos às SSVM, mas a resposta foi clara: tinha que escolher entre regressar definitivamente ou renunciar aos votos. Guadalupe optou pela renúncia, anunciando públicamente sua saída definitiva do Instituto.

    Apesar das decisões de Guadalupe, o Instituto nunca se responsabilizou pelas queixas das irmãs que viveram baixo seu governo anteriormente. Essas irmãs depois que saíram, também testemunharam os acontecimentos, mas foram silenciadas, o que apagou qualquer evidência do que realmente aconteceu durante aqueles anos de pressão missionária, escândalos e doenças entre as religiosas professas perpétuas.

    Além das reclamações sobre sua vida dupla e seu discurso, houve críticas à sua prática de dar hábitos a jovens árabes de forma precipitada, o que gerou vários problemas nas comunidades quando essas pessoas começaram a abandonar pouco tempo depois.

    Em suma, Guadalupe foi um dos primeiros frutos do IVE, do qual no inicio todos se orgulhavam, mas que depois pouco a pouco foi esquecida, agora

    o foco está em outras jovens vocações e no eterno ciclo de manipulação e destruição que se segue.

    Quando por fim deixarão de destruir vocações?

    Será que a verdade algum dia será defendida?

    Não está na hora de a Santa Sé proibir a entrada nessas duas congregações de uma só vez, simplesmente em espeito mínimo devido a qualquer ser humano?

    Comunicado da Irmã Guadalupe

    Prezados todos: Terminada a licença de três anos que, aconselhada por minhas superioras, que solicitei ao meu Instituto para acompanhar a experiência nascente do movimento Nazarenos, pedi uma prorrogação. Mas minhas superioras consideram que chegou a hora de tomar a decisão de seguir um caminho ou outro.

    Depois de rezar, decidi abraçar totalmente esse carisma para o qual me sinto chamada por Deus, como Mensageira Nazarena.

    É por isso que no dia 12 de dezembro – festa de Nossa Senhora de Guadalupe – pedi formalmente deixar meu amado Instituto, como alguém que deixa a casa paterna em lágrimas, mas ao mesmo tempo tomada pela emoção de formar uma nova família.

    No sábado, 10 de fevereiro, sob o patrocínio de Nossa Senhora, recebi o indulto de saída das mãos de minhas Irmãs, que me encorajaram fraternalmente a seguir em frente no cumprimento da vontade de Deus. Esse dia também se comemorava São José Sanchez del Río, um mártir cristeiro! E véspera da canonização de Mama Antula, uma leiga consagrada argentina. Confiei a eles essa importante etapa.

    Sou grata por tudo o que recebi durante esses anos e permanecerei espiritualmente unida à Família Religiosa do Verbo Encarnado que me formou e me preparou para essa nova missão.

    Recomendo-me a suas orações. Um abraço a todos!

  • Os Exercícios Espirituais no IVE, uma forma de manipular as vocações

    Os Exercícios Espirituais no IVE, uma forma de manipular as vocações

    [Foto] No coração do Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará (SSVM), Yamile, ex irmã Clemens e suas irmãs de sangue, antes religiosas, enfrentaram um sistema marcado por manipulações e abusos. Das cinco irmãs religiosas, só uma permanece até hoje.

    A ex-irmã Clemens, em seu testemunho em vídeo, com muita coragem e bravura, dá a conhecer os vários problemas vivenciados no IVE/SSVM, problemas que, com o tempo, se tornaram um modo de viver a vida religiosa.

    Yamile apresenta sua história de como os padres do IVE manipularam sua vocação desde o início e a manipulação que fazem com as outras vocações por meio dos Exercícios Espirituais.

    O IVE se vangloria de ser descendente de Santo Inácio nos Exercícios Espirituais, mas faz o oposto do que o santo pede. Por exemplo, o momento da Eleição Estado, o utilizam para induzir à vocação, fazendo com que todos vejam nos “Prós e Contras” um chamado à vida religiosa do qual não se pode fugir.

    De acordo com Santo Inácio, uma Eleição de Estado só pode ser feita em tempos de calma, serenidade e sem inclinar a alma para qualquer estado.

    Yamile estava saindo de um relacionamento de abusos, abortos e manipulaçoes por parte de seu noivo. Seus diretores espirituais, o teólogo moral do IVE, Padre Fuentes, e até mesmo o fundador conheciam sua história, mas a aconselharam a se entregar à vida religiosa como uma forma de purgar seus pecados e oferecê-los a Deus. Para uma pessoa que nem sequer havia curado suas feridas passadas?

    As SSVM a recebeu no noviciado e lhe impôs o hábito, mesmo sabendo que ela dias antes havia pedido deixar o noviciado. Foi enviada para fazer os Exercícios Espirituais, dessa vez por um mês inteiro em silêncio, sem que nenhum pregador e seu diretor espiritual pudessem interpretar o que Santo Inácio realmente ensina? Que para fazer oos EE é necessario ter boa disposição!

    Ou será que os padres pregam os Exercícios com o ensinamento do falecido Buela, que os usou como uma forma de recrutar vocações, a fim de aumentar o número de membros e, assim, evitar o fechamento do Instituto?

    Conhecemos outros casos de irmãs que estando deprimidas tinham de fazer os Exercícios Inacianos todos os anos. É isso mesmo que Santo Inácio e a Igreja estão pedindo?

    Poucos meses depois de entrar, Yamile adquiriu o hábito; em menos de um ano, os votos simples e depois os votos perpétuos. assim como ela, outras mais. Será que ninguém percebia que ela não estava apta a escolher qualquer vocação sem antes curar as feridas do passado? Yamile contou várias vezes e a diferentes padres sobre sua situação abusiva, tentando buscar ajuda, e a resposta foi o chamado de Deus para a vida religiosa. Isso mostra a falta de discernimento dos padres do IVE e o fim que eles buscam ao pregar os exercícios inacianos: ter mais “vocações”. Conhecida é a frase que repetem, “se há vocações, há frutos”.

    Nas Servidoras, houve mulheres com divórcios recentes que tiveram o hábito imposto em poucos meses, jovens que entraram com 17 anos, outras que vieram do aspirantado, onde entraram com 11 anos e foram levadas a pensar que, se estão lá, é porque Deus as escolheu. Essas meninas menores de idade também fazem os Exercícios Inacianos e recebem as mesmas pregações.

    No caso de Yamile, apesar de todas as más experiências passadas, ela obedecia, servia fielmente à Igreja sendo uma boa irmã religiosa. Foi nomeada superiora da comunidade de Gaza, mas nunca deixou de comunicar aos superiores as consequências que estava sofrendo, até que seu corpo expressou a dor de sua alma ecomeçou a adoecer.

    Até que finalmente um grande médico com bom senso, um homem de fé, descobriu que ela estava “morrendo” em uma vocação que não era a sua.

    Irmãs religiosas, missionárias no Oriente Médio: a primeira à direita é Yamile.
    Dessa foto, 8 religiosas de votos perpétuos deixaram o Instituto, abandonando a vida religiosa.

    Esta semana 3 religiosas de votos perpetuos na Argentina deixaram a vida religiosa. Uma com mais de 30 anos de vida religiosa, superiora na casa provincial e em várias outras comunidades

    Em diferentes partes do mundo, muitas estão deixando a vida religiosa, esta é uma informação que não deve ser dita, somente se informa quantas entram ao noviciado em cada país. Algumas, simplesmente nunca tiveram vocação, outras sim, mas devido a pressão e uma vida religiosa manipulada decidiram ir-se.

    O problema do IVE é manipular as palavras de Santo Inácio para seu próprio benefício, vendo vocações onde não tem. Yamile, longe de qualquer rancor e com grande serenidade, nos envia a carta que enviou na época ao Secretário para a Vida Consagrada sobre seu caso, na esperança de que outras jovens não passem pela mesma coisa e não cedam à manipulação de consciência.

    Que o IVE um dia pare de abusar dos santos Exercícios Inacianos para atrair vocações e causar os danos que vem causando!

    O vídeo do depoimento de Yamile Peralta pode ser encontrado aqui.

  • “Não fui a única que sofri isso, aconteceu com mais seis religiosas”

    “Não fui a única que sofri isso, aconteceu com mais seis religiosas”

    Laura Campos, a heroína que decidiu relatar o sofrimento oculto de várias freiras abusadas pelo padre José María Corbelle.

    Em um vídeo publicado recentemente no YouTube, relata calmamente as diferentes manipulações que ocorrem no Verbo Encarnado / Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, não apenas os casos de abuso sexual sofridos por algumas irmãs, mas também o que é mais terrível, a ocultação e a falta de empatia dos superiores a toda a desordem que ocorre dentro dessas paredes.

    Sem ir mais longe, em resposta a estreia do vídeo, os sacerdotes do IVE em nosso país, consultando o Dr. Miguel Angel Fuentes sobre o que dizer, começou a circular entre os membros uma declaração escrita do mesmo: “Não semeie dúvidas”.aconselhando-os a “não encaminhar o vídeo e evitar assisti-lo”. A dúvida pode comprometer sua vocação, dizem eles. Aos leigos foram aconselhados a fazer a mesma coisa.

    O comentário interno é: “Não duvidamos do que dizem, mas por que divulgar isso publicamente”.

    Por quê?

    Porque durante 30 anos, tanto o padre Carlos Buela, o padre Gonzalo Ruiz e as superioras sabiam do fato e ninguém fez nada.

    Porque em 30 anos o padre abusador continua missionando pregando Exercícios Espirituais como se nada tivesse acontecido. Sem nenhuma advertencia! Será por sua amizade com o falecido Buela?

    Porque já há uma denúncia em Roma e há mais vítimas dentro do convento e pode haver mais se isso não for interrompido,

    porque existem outros tipos de manipulaçoes y abusos de consciência que também foram denunciados, como foi o caso de Mônica e

    Porque, como no caso de Yamile, manipulada por seus diretores espirituais e vendo todos os tipos de abusos, tinha que ficar calada porque, diante de qualquer escândalo: “não devemos dizer nada, para o bem dos leigos“, “são leigos, não entenderão”, em suma, era calar-se pelo bem do Instituto.

    O Instituto tornou-se mais importante do que Cristo, a caridade e a verdade. Defendem mais o Instituto do que o próprio Cristo (um Instituto que nem sequer é reconhecido pela Igreja como uma Congregação religiosa e, além disso, baixo intervenção vaticana).

    No vídeo, Laura comenta sobre como as freiras são manipuladas pelos capelães que as instruem sobre o que dizer e como agir em qualquer situação que os comprometem. Como neste caso: assim que o vídeo foi divulgado, todos correram para o guru, padre Miguel Ángel Fuentes, e a resposta foi: “Não encaminhe, não assista… porque pode gerar dúvidas”, e todos os capelães começaram a repetir a mesma coisa. Um comportamento típico de uma seita.

    O governo paralelo do IVE respondeu aos leigos que os questionaram sobre o vídeo com a frase: “essas não estão bem da cabeça”.Laura, por exemplo, foi Vigária Geral do Instituto, parte do Conselho Geral e Superiora por anos em diferentes missões, com um doutorado em bioética, e agora está louca?

    O mesmo aconteceu com Monica (Piaghe), entrou saudável, era a vigária da comunidade (segunda no comando) em uma casa com mais de 120 crianças até que adoeceu com a sobrecarga física do trabalho que afetou seu estado anímico e psicologico. Enquanto estava saudável, cumpriu com seus deveres religiosos e com os cargos de autoridade que ocupava, mas quando ficou doente por causa do sistema abusivo e desumano do Instituto, o mesmo Instituto a convidou a deixar a vida religiosa.

    Yamile, mesmo com todos os seus sofrimentos e dúvidas, trabalhou intensamente no Instituto, mesmo nos piores momentos de sua situação pessoal. Foi enviada para estudar em Roma, em Universidades Pontifícias (algumas são enviadas, uma forma de manter uma certa aparência), logo enviada como superiora para missões no Oriente Médio.

    Todos as superioras, desde o início, conheciam seu caso, aproveitaram de sua força física, sua capacidade intelectual e sua liderança, sem preocupar-se com seus traumas passados. Quando não aguentou mais e foi embora, nem seuqera era lembrada como uma irma que entregou seu tempo e forças em missões mais difíceis.

    Eu mesma ouvi da minhas superiora: “Coitada, tudo o que está fazendo por ressentimento!!!”, e outras frases como: “Que ingrata”!, “Agora fala mal da Congregação”, “Não respeita nem as irmãs que estão na Congregação”.

    Que grande manipuladores são!

    “Por fim, peço ao Dicastério para o Clero que faça uma investigação cuidadosa do padre José Corbelle. Para evitar estas situaçoes, pois durante 28 anos esses abusos foram encobertos, silenciados e temo que haja mais vítimas”, diz Laura no vídeo.

    Ademais de expressar que esses abusos eram de natureza sexual, causando-lhe danos psicológicos e espirituais que ela sofreu durante anos.

  • “Solicito ao Dicastério para o Clero que investigue o padre José María Corbelle por abuso sexual contra mim e outras religiosas”.

    “Solicito ao Dicastério para o Clero que investigue o padre José María Corbelle por abuso sexual contra mim e outras religiosas”.

    Desde há um tempo, o Vaticano enviou religiosas como Visitadoras Apostólicas ao Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, devido as contínuas denúncias sobre muitas irregularidades que foram encubertas ao longo dos anos dentro dos muros do convento: abusos psicológicos, manipulações, abandono de pessoa e abuso sexual.

    São centenas as religiosas que abandonaram a vida religiosa nesta Ordem, a grande maioria com mais de 25/30 anos de vida consagrada. Hoje muitas destas irmãs estão dispostas a não mais permanecer caladas e a enfrentar com a verdade o que realmente se vive no ramo feminino da “Família” do Verbo Encarnado.

    Dos muitos testemunhos que chegaram à nossa redação, hoje compartilharemos o testemunho de 4 ex-servidoras, que com muita dor se dispõem a contar a dura realidade do que viveram no seu interior. Entraram como tantas outras com grandes desejos de santidade e de serviço, mas a realidade que viviam era bem diferente. Hoje é apresentado o testemunho de algumas delas, todas de votos perpétuos. Uma delas chegou a fazer parte do Conselho Geral de Roma, outras, também missionárias, decidiram não ficar mais caladas para que mais pessoas não fossem prejudicadas.

    Yamile Peralta (ex-irmã María Clemens)

    17 anos de vida religiosa, missionária no Oriente Médio, foi superiora das Servidoras na Faixa de Gaza. Ela nos conta sua história vocacional dentro das SSVM, a manipulação em sua vocação religiosa e as tristes consequências em sua vida. Era a mais velha das 5 irmãs religiosas, irmãs de sangue, que também ingressaram na mesma congregação e que, após muitos anos de vida religiosa, foram abandonando gradativamente o convento, apenas uma atualmente segue. Yamile nos explica as manipulações dos diretores espirituais e as consequências que ela teve que sofrer durante esses 17 anos dentro das Servidoras.

    Laura Campo (ex-Irmã María del Milagro)

    Laura, com mais de 30 anos de vida religiosa, teve que se afastar da Congregação, sofreu abusos sexuais por parte de um padre do IVE (reitor do seminário maior na época) ao ingressar no Instituto Sua história é comovente. Conta a manipulação que foi feita em seu caso para silenciar a verdade e como testemunhou o sofrimento de outras religiosas que também foram abusadas por esse padre. Laura tem uma vasta experiência na congregação desde que fez parte do governo geral e foi superiora de muitas comunidades. Hoje nos conta toda a verdade dentro dos muros das Servidoras e revela os responsáveis ​​pelo encobrimento dos abusos.

    Mónica Cobos (ex-Irmã María delle Piaghe di Gesu)

    Mónica entrou com 18 anos e saiu com 41 anos Sem estudos básicos, sem contribuições aportadas para uma futura aposentadoria, sem onde morar e doente. Uma enfermidade devida ao estresse sofrido dentro da congregação. No início as servidoras cuidavam de um orfanato com mais de 120 crianças (em San Rafael, Argentina), atendidos por 10 religiosas, onde Piaghe era a vigária (segunda encarregada depois da superiora), dedicou toda a sua saúde em diversos trabalhos, conta também as diversas situações pelas quais passou, dos problemas que enfrentava, tanto ela como no mesmo apostolado; as inúmeras vezes que comunicou à superiora todas essas situações, mas que nunca houveram mudanças. Hoje, as superioras negam qualquer tipo de ajuda, assim como negam também à maioria das que vão embora. Mónica abre o coração e expressa tudo o que fizeram ela viver durante mais de 20 anos.

    Kelly Sue Fitzharris (ex-Irmã Maria Lumen)

    Kelly, uma americana que entrou para as SSVM nos Estados Unidos e logo foi nomeada superiora em uma comunidade no Harlem, Nova York. A superiora provincial designou para sua comunidade uma irmã religiosa de votos perpétuos que estava doente psiquiatricamente e a proibiu de contar às outras irmãs seu estado de saúde; isso desencadeou uma situação de desordem e mal-entendidos dentro da comunidade.

    A ex-superiora M. Lumen acabou, entao, sofrendo um colapso em seu sistema nervoso e decidiu sair. Uma história dura de uma vida religiosa acelerada, superficial e levada ao estresse.

  • Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 3 – Apêndice 2 – Direito interno

    Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 3 – Apêndice 2 – Direito interno

    Para ver a parte 1 (Carta do Cardeal) e a parte 2 (Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE)

    Sem entrar nas distinções entre abuso de consciência, abuso de poder e abuso espiritual, visto da perspectiva do perpetrador, o abuso espiritual é uma clara distorção de seu papel apropriado, que é a salvação das pessoas por meio de seu cuidado. Apropriar-se indevidamente da autoridade divina para usá-la para fins ilegítimos é uma forma de personificação. O caráter absoluto da autoridade suplantada, a divina, torna isso uma forma particularmente grave de violação do cargo concedido. Este não é o lugar para desenvolver uma teologia da mediação, mas está claro que usurpar o lugar de Deus é uma clara transgressão dos limites de qualquer mediação humana da autoridade divina.

    O abuso espiritual pode ser definido como “uma forma de abuso emocional e psicológico. Caracteriza-se por um padrão sistemático de comportamento coercitivo e controlador em um contexto religioso. O abuso espiritual pode ter um impacto profundamente prejudicial nas pessoas que o sofrem. Esse abuso pode incluir: manipulação e exploração, responsabilização forçada, censura da tomada de decisões, exigências de sigilo e silêncio, coerção para se conformar, controle por meio do uso de textos ou ensinamentos sagrados, exigências de obediência ao abusador, a suposição de que o abusador tem uma posição ‘divina’, isolamento como forma de punição, superioridade e elitismo”.

    Além do que foi indicado em relação aos religiosos e às religiosas, dado que continuam a chegar reclamações a esse respeito, especialmente por parte dos formandos, é necessário lembrar mais uma vez a todos os religiosos, especialmente aos Superiores, algumas das normas que se referem à jurisdição interna e à obrigação de não confundir jurisdição interna e externa:

    1. Pode. 630 §1: Os superiores concederão aos membros a devida liberdade de direção espiritual, sem prejuízo da disciplina do Instituto. A liberdade dos religiosos em termos de direção espiritual e confissão é fundamental. Os superiores não podem impedir, mas devem reconhecer e proteger positivamente esse direito dos religiosos. No que diz respeito a essa liberdade, o único limite, a fim de organizar as coisas de maneira ordenada e evitar possíveis abusos, é a disciplina do Instituto. Não se pode impor a ninguém um confessor ou diretor espiritual específico.
    2. Pode. 630 §3: Em mosteiros de freiras, casas de formação e comunidades leigas maiores, deve haver confessores ordinários aprovados pelo Ordinário local, depois de uma troca de opiniões com a comunidade, mas sem impor a obrigação de ir até eles. A obrigação do Superior é que os confessores estejam disponíveis, mas eles não podem forçar os religiosos a se dirigirem a eles. Além disso, como o Instituto do Verbo Encarnado é um Instituto religioso clerical de direito diocesano, a nomeação de confessores para as casas de formação (seminário menor, noviciado, seminário maior…), mesmo que o confessor seja membro do IVE, é responsabilidade do Ordinário local, não do Superior maior do Instituto (cf. cân. 968 §2 e 969 §2).
    3. Pode. 630 §4. Os superiores não devem ouvir as confissões de seus súditos, a menos que estes o solicitem espontaneamente. Não é coincidência que, ao se referir à mediação da autoridade do superior religioso, a expressão “vices gerentes Dei”, isto é, governar no lugar de Deus (cf. can. 601) 2. Deve-se notar, entretanto, que essa expressão se limita à esfera da obediência religiosa, que não é, no sentido próprio, uma obediência da consciência, mas apenas da vontade. Isso quer dizer que se deve obedecer, dentro de um escopo restrito, às disposições dos regulamentos do instituto religioso, não porque em consciência se considere que esse seja o melhor curso de ação, mas porque o superior é o intérprete autêntico desses regulamentos. A extensão do conceito de obediência religiosa para além da esfera daqueles obrigados por voto a obedecer é certamente ilegítima, o que não quer dizer que a ignorância dos fiéis nesse assunto não seja explorada para ultrapassar os limites da autoridade. Entretanto, como envolve uma forma inadequada de exercício de autoridade, isso seria um abuso de poder.
    4. Pode. 630 §5. Os membros devem se dirigir com confiança aos seus Superiores, a quem podem abrir o coração livre e espontaneamente. No entanto, os superiores estão proibidos de induzir os membros de qualquer forma a manifestar sua consciência a eles. O abuso de consciência é inerentemente interno, ou seja, fora de uma relação de autoridade formal entre a vítima e o agressor. A Igreja tem plena consciência desse perigo, e é por isso que estabelece a chamada distinção dos poderes, ou seja, impede o exercício simultâneo do poder de governo e do poder sacramental ou espiritual sobre a mesma pessoa. Certamente é possível, vale lembrar mais uma vez, usar a autoridade para obrigar a ação contra a consciência ou para coagi-la, mas, nesse caso, trata-se principalmente de uma forma de abuso de poder, uma vez que a autoridade está agindo além de seus poderes. Por definição, a autoridade não pode ser exercida no âmbito da consciência, mas apenas externamente. Em outras palavras, é característico do abuso de consciência ocorrer em um relacionamento de cuidado e assimétrico, em que uma pessoa voluntariamente abre sua consciência para outra a fim de receber ajuda, e não em um relacionamento de autoridade. Por essa razão, a Igreja estipula no Código de Direito Canônico que, em comunidades religiosas ou similares, os superiores não devem, de forma alguma, induzir seus súditos a se confessarem a eles ou a manifestarem sua consciência a eles fora da confissão. O abuso espiritual e o abuso de consciência comprometem a confiança, que é um pressuposto do relacionamento de autoridade em um contexto religioso ou de um relacionamento de cuidado.
    5. Pode. 239 §2. Em todo seminário deve haver pelo menos um diretor espiritual, mas os alunos podem recorrer a outros sacerdotes que tenham sido nomeados pelo bispo para essa função.
    6. Pode. 240 §1. Além dos confessores comuns, outros confessores frequentam regularmente o seminário; e, sujeitos à disciplina do estabelecimento, os alunos também podem sempre se dirigir a qualquer confessor, seja no seminário ou fora dele.
    7. Can 240 §2: Nunca em A opinião do diretor espiritual ou dos confessores nunca pode ser confessores quando for necessário tomar uma decisão sobre a admissão de estudantes às ordens ou sobre sua saída do seminário. Isso é óbvio não só a partir de uma norma jurídica, mas também de uma norma sacramental-ética: na admissão às Ordens Sagradas, também por analogia na admissão à profissão religiosa, bem como na possível demissão do seminário (ou do Instituto), é absolutamente proibido pedir a opinião dos confessores e diretores espirituais a esse respeito.
    8. Pode. 1378 §1. Quem, além dos casos já previstos em lei, abusar do poder eclesiástico, cargo ou ofício, deve ser punido de acordo com a gravidade do ato ou omissão, sem excluir a privação do cargo ou ofício, permanecendo firme a obrigação de reparar o dano. É verdade que não há tipificação de abuso de consciência no direito canônico, mas muitas vezes se recorre a ele. 1378 para sancioná-lo.
    9. Pode. 1378 §2. Quem, por negligência culposa, praticar ou omitir ilegitimamente um ato de autoridade eclesiástica, de ofício ou de ofício, com prejuízo ou escândalo de outrem, deve ser punido com prisão.r punido com uma pena justa de acordo com o c. 1336, §§ 2-4, mantendo-se firme a obrigação de reparar o dano.4.

    Catecismo da Igreja Católica, n. 2690: “O Espírito Santo concede a alguns fiéis os dons da sabedoria, da Je e de discernimento direcionado para esse bem comum que é a oração {direção espiritual). Aqueles que foram agraciados com tais dons são verdadeiros servos da tradição viva da oração: Portanto, a alma que deseja avançar na perfeição, de acordo com o conselho de São João da Cruz, deve “olhar para cujo porque, seja qual for o professor, tal será o discípulo, e que o pai, tão em filho”. E acrescenta que o diretor: “além de ser sábio e discreto, deve ser experiente. […] Se não existe experiência do que é o espírito puro e verdadeiro, ele não será capaz de direcionar o em alma nele, quando Deus Jo é dado, nem mesmo Jo entenderá” (Flame of living love [Chama do amor vivo]), segunda redação, estrofe 3, declaração, 30). O abuso de consciência também é grave, pois entrar nesse tabernáculo5 exige uma prudência especial. Portanto, a Igreja ensina que esse serviço requer competências específicas que devem ser especialmente reconhecidas. Por essa razão, a cura animarum, por meio do ofício de pároco ou de acompanhante espiritual, constitui um ofício que deve ser reconhecido pela autoridade eclesiástica (cân. 239 §2; 521 e 630). O abuso de consciência por parte dessas pessoas batizadas – especialmente constituídas para essas relações de cuidado – afeta a credibilidade das mediações eclesiais, além de prejudicar a integridade psicológica – às vezes física – das vítimas.

  • Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 2 – Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE

    Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 2 – Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE

    Para ver a parte 1 (Carta do Cardeal) e a parte 3 (Anexo 2 – Direito Interno)

    Devido à importância dos tópicos discutidos e das decisões tomadas, informamos a todos os religiosos do Instituto do Verbo Encarnado as decisões tomadas em nossa reunião do Conselho Geral no dia 4 de dezembro:

    1) Modificação das províncias.

    O Comissário Pontifício, com o consentimento de seu Conselho, procedeu à incorporação por fusão (cân. 581) das Províncias de Nossa Senhora de El Cisne (Equador) e Nossa Senhora de Chapi (Peru-Bolívia) à Província de Nossa Senhora Aparecida (Brasil).

    A reflexão e a tomada de decisões sobre a modificação das outras províncias continuam.

    2) Nomeação dos Superiores Provinciais.

    O Comissário Pontifício, com o consentimento de seu Conselho, nomeou o

    • P. Andrew Whiting, Superior Provincial da Província da Imaculada Conceição.
    • P. Alfredo Alós, Superior Provincial da Província de Nossa Senhora de Luján.
    • P. Carlos Gonçalves, Superior Provincial da nova Província de Nossa Senhora Aparecida.

    O mandato dos novos Superiores Provinciais terá início em 1º de janeiro de 2024; a Profissão de Fé (cân. 833, 8°) será feita perante os Bispos diocesanos das sedes provinciais.

    3. Procedimento para a eleição dos Conselheiros Provinciais.

    Para as Províncias da Imaculada Conceição e Nossa Senhora de Luján, serão seguidas as normas aprovadas pelo Dicastério em 30 de outubro passado:

    1. A Assembleia Provincial elegerá quatro consultores e dois suplentes.
    2. Para o Vigário Provincial, são necessários pelo menos 10 anos de profissão perpétua no Instituto; para os outros Conselheiros, são suficientes 7 anos de profissão perpétua. No caso de um dos eleitos não cumprir o requisito, o Comissário Pontifício com seu Conselho, se julgar apropriado, poderá conceder a dispensa correspondente.
    3. Os eleitos devem ser membros incardinados na província. Entende-se, por incardinados, aqueles que constam nas listas enviadas pelos Superiores Provinciais ao Comissário Pontifício em julho/agosto de 2022.
    4. O primeiro Conselheiro a ser eleito ocupará o cargo de Vigário Provincial.
    5. Pelo menos dois dos quatro Conselheiros não devem ter sido Conselheiros no mandato anterior.
    6. O Secretário Provincial e o Tesoureiro Provincial serão eleitos diretamente pelo Superior Provincial dentre os quatro Conselheiros.
    7. Após a realização das eleições, essas deverão ser imediatamente comunicadas ao Comissário

    Pontifício. Os conselheiros provinciais eleitos não podem iniciar seu cargo até que tenham sido confirmados pelo Comissário Pontifício.

    No caso da Província de Nossa Senhora Aparecida, como resultado da união de três Províncias, foi aprovado solicitar ao Dicastério competente a permissão para proceder à eleição dos Conselheiros para essa Província da seguinte maneira:

    1. O Vigário Provincial será eleito diretamente pelo Superior Provincial.
    2. Os outros três Conselheiros e seus substitutos serão eleitos, um para cada uma das antigas Províncias, em Assembléias a serem convocadas oportunamente pelo Superior Provincial.
    3. As outras normas serão aquelas já aprovadas pelo Dicastério em 30 de outubro para as outras Províncias.

    4. Sites, blogs, redes sociais (instagram, facebook, etc.).

    Essa é uma questão muito delicada e foi objeto de comentários várias vezes em nossas reuniões do Conselho. A proliferação de sites, blogs e redes sociais, direta ou indiretamente relacionados ao IVE, por meio dos quais, muitas vezes de forma anônima, são expressos todos os tipos de opiniões, que muitas vezes deixam muito a desejar. A situação se torna mais grave porque essas páginas servem como informação, formação e doutrinação para os religiosos e leigos da família do Verbo Encarnado. Um ponto muito específico, mas que nos dá clareza sobre a forma como essas páginas agem, é o fato de que não há referência em nenhuma delas ao fato de que o IVE está sob o governo de um Comissário Pontifício há mais de quatro anos, por decisão do Papa Francisco.

    Quero lembrar a todos, especialmente aqueles que têm responsabilidade pelo trabalho do governo, os Superiores Provinciais e Locais, de sua responsabilidade de conhecer e controlar essas páginas e aqueles que estão por trás delas e, em qualquer caso, lembrar da obrigação que o cân. 832 estabelece: Os membros dos institutos religiosos, para poderem editar escritos atinentes a questões de religião ou moral, necessitam também de licença do Superior maior segundo as normas das constituições.

    5. Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.

    O Diretório de Governo do Instituto do Verbo Encarnado, em seus números 232-238, indica quem está encarregado de “vigiar” o Ramo Feminino: em nível de Congregação, o Padre Espiritual; em cada Província, o Conselheiro Espiritual; em cada Casa Local, o Conselheiro Espiritual . Esses religiosos têm um papel consultivo e cabe a eles formar, orientar, ensinar, dar critérios de discernimento, etc. às religiosas. Seu papel na formação das religiosas e no desenvolvimento espiritual das comunidades é muito importante. Deverão aconselhar com autoridade. Seus discernimentos não devem ser duvidosos e seus conselhos não são quaisquer conselhos, mas conselhos qualificados.

    Sendo um Instituto religioso distinto e autônomo, esse tipo de intervenção não parece prudente ou apropriado, especialmente neste momento em que o Instituto das Servidoras está sofrendo uma intervenção da Santa Sé por meio de uma Visita Apostólica; devemos evitar ser um obstáculo e uma interferência para o bom desenvolvimento da Visita Apostólica e dos objetivos que esta deve alcançar.

    Consequentemente, tendo obtido o consentimento do meu Conselho, e tendo ouvido a Visitadora Apostólica, a partir de agora, cessam automaticamente em seus cargos e funções, de modo que se proíbe fazer novas nomeações: o Padre Espiritual, os Asessores Espirituais, os Conselheiros Espirituais, os Capelães, os Confessores e outras nomeações em relação ao Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.

    No que diz respeito à nomeação de confessores (cân. 630) e capelães (cân. 565), os religiosos devem seguir o que é indicado pelo direito comum: a nomeação de confessores e capelães deve ser feita pelo Bispo diocesano, não pelos Superiores do Instituto do Verbo Encarnado, e aos membros deve ser dada sempre a devida liberdade com relação ao sacramento da penitência e à direção espiritual (cân. 630 §1).

  • Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 1 – Carta ao IVE.

    Carta do Card. Santos Abril, Comissário Pontifício e Superior Geral do IVE (dezembro de 2023) – 1 – Carta ao IVE.

    Para ver a Parte 2 (Anexo 1 – Reunião do Conselho Geral do IVE) e a Parte 3 (Anexo 2 – Foro Interno)

    Roma, 18 de dezembro de 2023.

    Prot. IVE 426/2023

    Chegou o “sim” das promessas, a aliança foi poderosamente cumprida, a Palavra eterna dos céus uniu-se à nossa debilidade. Mistério que só a fé alcança, Maria é o novo templo de glória, orvalho da manhã, nuvem passageira, nova luz em presença misteriosa.

    (Hino da Liturgia das Horas)

    A celebração do Advento nos dá a oportunidade de nos concentrarmos na preparação para o maravilhoso mistério da Encarnação, ou seja, que Deus se faça homem, nascendo em nosso mundo e em nossa história na pessoa de Jesus de Nazaré, para que possamos participar de sua vida divina.

    Nas circunstâncias atuais, não podemos deixar de lembrar da terra e da cidade em que Jesus nasceu e viveu e que, neste momento da história, estão passando por sofrimentos e destruições intoleráveis por causa da guerra. No entanto, essa é a terra e o povo que Deus escolheu para que Jesus nascesse e vivesse sua vida humana como o “Príncipe da Paz”; Também não podemos esquecer as guerras em andamento e outros conflitos violentos que causam sofrimento e destruição incalculáveis a pessoas, propriedades e natureza em outras partes do mundo, como Ucrânia, Iêmen, Síria, Líbia, Afeganistão, Sudão, Haiti… para citar apenas alguns. Como o Papa Francisco nos lembra com frequência, estamos vivendo uma guerra mundial em pedaços.

    Que o “Vem, Senhor Jesus”, que nos acompanha durante todo o Advento, seja nossa simples oração de fé durante essa época santa e alegre, ao prepararmos nossa vida e nosso coração para receber nosso Salvador, Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. No Angelus da recente celebração de Cristo Rei, o Papa Francisco disse que “...a oração é a força da paz que quebra a espiral do ódio, rompe o ciclo da vingança e abre caminhos inesperados de reconciliação”.

    Juntamente com meu Conselho, unimo-nos a todos vocês nesta confiante oração e súplica: Venha, Senhor Jesus! Oração que se aproxima de todos os religiosos do Instituto do Verbo Encarnado que, na Ucrânia, na Terra Santa e em outros lugares, estão experimentando o horror da guerra e outras calamidades.

    Que cada um de nós examine também o próprio coração e ore: “Venha, Senhor Jesus, molde meu coração, para que ele seja um sinal e um instrumento de sua paz”.

    Desejamos a todos vocês um Feliz Natal e um Feliz e Santo Ano Novo de 2024.

    Cardeal Santos Abril y Castelló

    Comissário Pontifício para o IVE